O Irã lançou mísseis contra bases aéreas dos EUA no Catar e Iraque na tarde desta segunda-feira (23), segundo o governo iraniano. A declaração, feita na televisão estatal, afirmou que se tratava de “uma resposta poderosa e bem-sucedida das forças armadas do Irã à agressão americana”.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram imagens do céu de Doha sendo cortado por lançamentos de projéteis. Explosões foram ouvidas sobre a capital catari, de acordo com a Reuters, enquanto o Ministério do Interior do Bahrein informou que sirenes soaram e pediu aos cidadãos que mantenham a calma e se dirijam ao local seguro mais próximo.

“A Casa Branca e o Departamento de Defesa estão cientes e monitorando de perto as potenciais ameaças à Base Aérea de Al Udeid, no Catar”, disse um alto funcionário da Casa Branca. Segundo a Fox News, o Qatar conseguiu interceptar os mísseis e não houve impacto nas bases norte-americanas.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos já havia emitido alerta de segurança mundial aconselhando cidadãos norte-americanos no exterior a terem mais cautela. Além de estar no site do Departamento de Estado, o texto pode ser lido nos sites das embaixadas dos EUA em todo o mundo. “Há potencial para manifestações contra cidadãos e interesses americanos no exterior. O Departamento de Estado recomenda que cidadãos norte-americanos em todo o mundo tenham mais cautela”, diz.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pediu neste domingo (22) que a China intervenha junto ao Irã para evitar o fechamento do Estreito de Ormuz, após os EUA realizarem ataques contra instalações nucleares iranianas.  “Eu incentivo o governo chinês em Pequim a contatá-los sobre isso, porque eles dependem fortemente do Estreito de Ormuz para seu petróleo”, disse durante entrevista ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News.

O apelo ocorre após o parlamento iraniano aprovar uma proposta para fechar o estreito, por onde transita cerca de 20% do petróleo e gás do mundo. Rubio, que também atua como conselheiro de segurança nacional, alertou que essa decisão seria um “suicídio econômico” para o Irã. “Se fizerem isso, será outro erro terrível. Teremos opções para reagir, mas outros países também serão muito afetados”, afirmou.

Rubio classificou a medida como uma escalada grave, que exigiria uma resposta dos EUA e de outras nações. As tensões aumentaram após autoridades americanas confirmarem que os ataques destruíram as principais instalações nucleares iranianas com o uso de bombas anti-bunker, mísseis Tomahawk e mais de 125 aeronaves.

Apesar da retórica dura, Rubio afirmou que Washington está aberto ao diálogo com Teerã, mas alertou que qualquer retaliação por parte do Irã seria “o pior erro que eles poderiam cometer”. Até o momento, a embaixada chinesa em Washington não se pronunciou sobre o pedido.

O corpo do montanhista e fotógrafo brasileiro Edson Vandeira Costa, de 36 anos, foi localizado no Nevado Artesonraju, na Cordilheira Blanca, região de difícil acesso no Peru. Ele estava desaparecido desde 29 de maio, junto aos peruanos Pretel Alonzo Homer Efraín, 34, e Picón Huerta Jesús Manuel, 31. A confirmação foi feita neste domingo (22) pelo presidente da Associação de Guias de Montanha do Peru (AGMP), que solicitou apoio do governo para o resgate.

Os três eram estudantes do Centro de Estudos de Alta Montanha (CEAM) e faziam curso para aspirante a guia pela Federação Internacional de Associações de Guias de Montanha. A expedição aconteceu no Parque Nacional Huascarán, onde escalaram o pico de 6.025 metros e deveriam ter retornado em 1º de junho.

O presidente da AGMP relatou que os corpos foram achados por uma equipe de busca da entidade e pediu, formalmente, que o Ministério da Defesa peruano forneça um helicóptero para o transporte dos resgatistas, enquanto a Polícia Nacional deve atuar diretamente na retirada dos corpos.

A família de Edson já havia apelado ao Itamaraty por apoio. Em nota, relataram o uso de todos os recursos possíveis em parceria com autoridades e voluntários locais, mas destacaram a necessidade urgente de estrutura especializada. Edson vivia no Peru, era colaborador da National Geographic e History Channel, e finalista do Wildlife Photographer of the Year em 2021.

Um homem-bomba explodiu, neste domingo (22), dentro da Igreja Mar Elias, em Dweil’a, nos arredores de Damasco, matando pelo menos 20 pessoas e ferindo outras 52. No momento do ataque, dezenas de fiéis, incluindo crianças, participavam de uma celebração religiosa.

O Ministério do Interior da Síria informou que o autor do atentado era integrante do Estado Islâmico. O ataque reacende preocupações com a presença de células extremistas no país, ainda marcado pelas consequências da guerra.

O atentado ocorre em meio aos esforços do presidente Ahmad al-Sharaa para ampliar o apoio das minorias religiosas, ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades para exercer controle total sobre o território sírio.

O governo da Grécia classificou o ato como “abominável” e cobrou das autoridades sírias medidas imediatas para responsabilizar os envolvidos e garantir a segurança das comunidades cristãs e de outros grupos religiosos.

O chefe da estatal russa de energia nuclear, Alexey Likhachev, alertou nesta quinta-feira (19) que um eventual ataque israelense à usina nuclear de Bushehr, no Irã, pode provocar uma catástrofe semelhante à de Chernobyl. “Se um ataque for realizado… será uma catástrofe comparável a Chernobyl”, afirmou em resposta a uma agência internacional.

A usina, localizada na costa do Golfo Pérsico, é a única em operação no Irã e foi construída com apoio da Rússia. Dezenas de especialistas russos foram retirados do local, segundo o executivo da Rosatom. Ele classificou um ataque como algo “além do mal”.

Mais cedo, um porta-voz militar de Israel chegou a dizer que a usina havia sido atingida, mas a declaração foi logo desmentida por outro oficial, que afirmou não poder confirmar nem negar o ataque.

Especialistas nucleares e países árabes vizinhos expressaram preocupação com os riscos ambientais caso a instalação seja atingida. Segundo a CNN, Scott Roecker, da Iniciativa de Ameaça Nuclear, afirmou que uma ação militar ali “resultaria na dispersão de muita radiação”.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também manifestou “preocupação particular” com a segurança da usina.