O governo federal aumentou na última semana, mais uma vez, a previsão de inflação para 2021. A alta dos preços, sentida diariamente pelos brasileiros, deve chegar a 9,1% no acumulado do ano. A previsão anterior era de 8,4%. A atualização foi feita pelo secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago.
Com a inflação maior e ainda em alta, sobe também o salário mínimo, corrigido anualmente pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Se o INPC realmente for de 9,1%, como previu Colnago, o salário mínimo passaria dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.200 em 2022.
Em agosto, quando enviou o Orçamento do ano que vem, o governo federal previu que o piso nacional passasse a R$ 1.169, mas a alta da inflação deve elevar também o salário dos brasileiros – que a cada dia veem seu dinheiro valer menos, com o custo de vida mais caro.
Além da função de definir o salário base dos brasileiros, o mínimo é também usado para reajustar benefícios do INSS, abono salarial e mais. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o piso nacional serve de referência para pelo menos 50 milhões de brasileiros, sendo praticamente metade de segurados da Previdência.
Correção anual
Segundo a Constituição, todos os anos o salário mínimo precisa ser corrigido pelo menos com base na variação do INPC no ano anterior. Em 2021, no entanto, o governo não seguiu isso: o piso nacional atualmente é de R$ 1.100, e em 2020 era de R$ 1.045: reajuste de 5,26%. No entanto, o INPC foi de 5,45%, então o reajuste deveria ter feito o valor subir a R$ 1.101,95, e não R$ 1.100.