Aguardada com muita expectativa pelos prefeitos que participam a XXII edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, a fala do presidente Jair Bolsonaro, na abertura do evento nesta terça-feira (9), não agradou os gestores. A delegação baiana em Brasília, com mais de 280 prefeitos, aguardava uma sinalização positiva do governo federal às pautas, como a correção dos repasses de programas federais e projetos novos em benefício dos municípios, mas isso não ocorreu.
O presidente da UPB, Eures Ribeiro, falou da impressão deixada por Bolsonaro. “Toda marcha sempre é anunciado algum benefício para os municípios e o discurso do presidente foi muito vago, vazio, com promessas futuras, mas nada de concreto. Automaticamente, frustra a perspectiva de haver investimento desse novo governo direcionado aos municípios. É impressão minha e dos meus colegas que conversei aqui em Brasília”, ressaltou Ribeiro que é prefeito de Bom Jesus da Lapa e também vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que organiza o evento previsto para acontecer até quinta-feira.
Com um tom ufanista, Bolsonaro falou aos mais de 5 mil participantes presentes sobre união e, rapidamente, afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha recebido seu “sinal verde” para apoiar a emenda, em tramitação na Câmara, que amplia em 1% o repasse ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Em nada se comprometeu sobre nenhuma das nossas demandas pautadas”, reclamou o prefeito de Tanque Novo, Vanderlei Cardoso. Já o prefeito Leandro Mascarenhas de Porções, lembrou que em 100 dias de governo não há posição para os municípios: “ficamos preocupados porque até agora não temos nenhuma intervenção do governo federal para a gente trabalhar. Não tem expectativa nenhuma”.
Sensação semelhante teve o prefeito de Santa Brígida, Carlos Clériston: “o sentimento é de frustração. A gente aguardava algo de concreto. Agora vamos seguir na luta para que essa pauta que apresentamos seja implementada”. Já o prefeito de Serrinha, Adriano Lima, espera sensibilidade do governo: “precisamos muito desse pacto porque os municípios não vão suportar e a falência vai ser geral”.