Em relatório divulgado ontem (4) pela chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachalet, foi dito que forças de segurança da Venezuela estão enviando esquadrões da morte para assassinar jovens e forjar as cenas para parecer que as vítimas resistiram à prisão.
As famílias de 20 homens descreveram que mascarados das Forças de Ação Especial da Venezuela (Faes), vestidos de preto, chegaram em picapes pretas sem placas. Os esquadrões, segundo os relatos, invadiram casas, levaram pertences e agrediram mulheres e meninas, algumas vezes arrancando suas roupas. “Eles separavam homens jovens de outros familiares antes de baleá-los”, apontou o relatório.
“Em todos os casos, testemunhas relataram como o Faes manipulou a cena do crime e as provas. Eles plantavam armas e drogas e disparavam contra as paredes ou para o alto, para insinuar um confronto e para mostrar que a vítima ‘resistiu à autoridade'”, continuou o relatório.
Segundo números do governo, as mortes atribuídas a criminosos que resistiram a prisão chegaram a 5287 no ano passado, e já ultrapassavam 1,5 mil em maio deste ano.